Quase um mês após o incêndio que destruiu o Shopping Popular, em Cuiabá, vários funcionários ainda seguem sem saber o que farão daqui para frente. Isso porque a Associação dos Camelôs do Shopping Popular não tem como pagar as verbas indenizatórias em casos de rescisão.
À reportagem, o presidente da associação, Misael Galvão, informou que são cerca de 80 funcionários no total. Aproximadamente 60 são contratados no regime CLT e os outros são terceirizados na área da segurança, manutenção e outros.
“Como a gente não está tendo receita da associação, pedimos para alguns ficarem em casa, até a gente encontrar um caminho, junto com o Ministério Público do Trabalho, para eles poderem ter uma sustentação financeira nos próximos meses de recuperação”, explica.
Ainda conforme Misael, muitos querem continuar indo ao trabalho. “Eles preferem estar aqui do nosso lado, sofrendo juntos, do que em casa. Só que a gente não tem condições de trazer, porque não temos recursos para mantê-los”, completa.
Ainda não existe uma solução sobre o que fazer com os funcionários, já que as verbas indenizatórias são caras. Misael salienta que as conversas com o MPT continuam para ter uma resolução satisfatória para ambos os lados.
“Num momento como esse estamos fragilizados até de fazer a demissão, porque quando se faz a demissão, tem que pagar. E também não é orientação do Ministério Público do Trabalho que a gente saia fazendo demissão, até porque o Ministério também vê a questão social. Eles vão encontrar um caminho nos próximos dias, de ajudar com uma bolsa salário, até que a gente se restabeleça e traga todo mundo de volta”, completa.
Bancas funcionarão provisoriamente no estacionamento
Desde a semana do incêndio, os lojistas ocuparam a Avenida Carmindo de Campos, com tendas improvisadas, onde uma espécie de feira de rua está funcionando. O problema é que o local não oferece segurança, nem estrutura básica. Além disso, os comerciantes precisam montar e desmontar as bancas todos os dias.
Nas próximas semanas, a expectativa é que todos os comerciantes que estavam no Shopping Popular sejam realocadas em uma nova estrutura, no estacionamento.
Segundo Misael, será homologado investimento emergencial do secretário da Casa Civil, Fábio Garcia, e do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (UB), para a construção dessa nova estrutura provisória.
"A estrutura é rápida. Assim que receber a ordem de serviço do Governo, em questão de 15 dias, será montada. Estamos discutindo se será instalado contêiner ou bancas. Estamos optando pelo que for mais rápido. Até porque é um espaço provisório. Esperamos que vamos ficar nesse espaço no máximo um ano", disse.