Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que Mato Grosso é o estado que lidera o número de queimadas no país desde o início de 2024, mesmo em época de chuvas. De janeiro até esta terça-feira (13) foram contabilizados 1.060 focos de incêndio, mais que o dobro registrado em 2023, em que o estado presenciou 494 incêndios.
Segundo o instituto, Mato Grosso também passa por uma época inusitada em que algumas regiões registram chuva acima da média, como o município de Cáceres, a 250 km de Cuiabá, outras já decretaram situação de emergência justamente por causa da falta de chuva, como é o caso de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
Em 2023, o fogo consumiu mais de 1 milhão de hectares do Pantanal, o triplo do que foi registrado em 2022, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ).
Neste ano, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) e de Mato Grosso Do Sul se uniram para evitar que novos incêndios destruam o bioma do pantanal.
Os dois estados se comprometeram a criar um plano integrado para combater incêndios florestais no pantanal. O pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está dividido entre os dois territórios, com 65% de sua área no estado vizinho.
O acordo de cooperação técnica vai estabelecer ações conjuntas, entre elas critérios para o uso do fogo no pantanal e estratégias de monitoramento e resgate de animais silvestres.
O bioma
O Pantanal abriga uma diversidade única, incluindo várias espécies ameaçadas, ao todo são:
- 3,5 mil espécies de plantas
- 325 espécies de peixes
- 53 espécies de anfíbios
- 98 espécies de répteis
- 656 espécies de aves
- 159 tipos de mamíferos
Onça-pintada, jacaré, tuiuiú, ipês, jacarandás e entre outros integrantes representam o Pantanal. Além disso, ele atua como regulador natural de enchentes, porque absorve e armazena água durante períodos chuvosos.
O Pantanal também funciona como um reservatório de água doce com altitudes que alcançam 150 metros. Seus recursos hidrológicos são importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente 3 milhões de pessoas, no Brasil, Bolívia e Paraguai.