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Variedades Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2023, 09:41 - A | A

Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2023, 09h:41 - A | A

Brasileiros do Ano 2023

Brasileiros do Ano/Música: Como é que é, Mano Brown?

Rapper comanda conglomerado musical, que inclui produtora, podcast, apresentações com Racionais MC’s, show solo, moda e vira ícone no ano

NA MÚSICA – Mano Brown, rapper e compositor

Mano Brown (nome artístico de Pedro Paulo Soares Pereira) formou com Ice Blue, Edi Rock e KL Jay o grupo Racionais MC’s em 1988, em São Paulo, do qual é o principal compositor e líder. Nos 35 anos desde então, lançaram quatro discos — Raio-X Brasil (1993), Sobrevivendo no Inferno (97), Nada Como um Dia Após o Outro Dia (2002) e Cores & Valores (2014). Ele iniciou carreira solo, simultânea ao conjunto, em 2016, quando lançou o disco Boogie Naipe (que também batiza a produtora e gravadora fundada com a esposa). O trabalho foi eleito o 4º melhor disco brasileiro daquele ano pela Rolling Stone, e concorreu ao Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum Pop.

O rapper é autor de clássicos do gênero como Capítulo 4, Versículo 3, Tô Ouvindo Alguém Me Chamar, Diário de um Detento, Fórmula Mágica da Paz, Homem na Estrada, Negro Drama, Vida Loka I, Vida Loka II, Jesus Chorou, Da Ponte pra Cá, Fim de Semana no Parque, Mano Na Porta do Bar, Pânico na Zona Sul e Eu Sou 157.

Em entrega de prêmio recente, Emicida agradeceu a trajetória musical. “Vocês deram um país para nós lutarmos. Mostraram para nós que vale a pena lutar por um país, cerrar nossos punhos, usar nossa inteligência para construir um mundo que a gente acredita que merece. ‘Jamais aceite um país menor do que vocês merecem’, foi isso que vocês falaram e vêm falando para todos os moleques pretos de quebrada desde que começaram. (…) Sem você, eu não existiria. Muito obrigado, Mano Brown.”

 

No final de 2022, Mano Brown anunciou durante show do grupo de rap que lidera, Racionais MC’s, que neste ano seria lançado disco do mais famoso combo de hip-hop do País.

O ano termina sem trabalho em estúdio, mas com dois títulos de doutoro posto de podcast mais querido do Paísembaixador de grifes famosas e este prêmio de Brasileiro do Ano na música por mérito, pelo que fez pela arte sonora em 2023 e nos 34 anos anteriores de carreira.

“É necessário sempre acreditar que o sonho é possível, como cantamos em ‘A Vida É Desafio’, mas com responsabilidade”

Mesmo sem ter concluído o ensino médio, novembro recente trouxe dois diplomas para a parede de Pedro Paulo Soares Pereira, (bem) mais conhecido por seu apelido de palco. O primeiro foi individual, e carregou significado especial para o cantor e apresentador. O título de Doutor Honoris Causa (por causa da honra, em português) veio da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Itabuna, e foi assinado pela reitora da instituição, Joana Angélica Guimarães da Luz ­— primeira mulher negra a ocupar o posto em instituição federal. E mais: conforme lembrou Brown, na Bahia, estado de origem da mãe do artista, Ana Soares, que migrou para São Paulo aos 15 anos e faleceu aos 85, em 2016.

 

Em Campinas (SP), ele recebeu o segundo doutorado. Desta vez pela Unicamp e junto aos três companheiros de grupo que fizeram e fazem história no rap nacional, Ice BlueEdi Rock e KL Jay. Os quatro foram reconhecidos como “intelectuais públicos que dialogam com o pensamento social brasileiro”. Com destaque especial à crítica social incluída na produção da obra e no combate ao racismo e à violência social do País.

Os créditos cabem a Brown e seus três parceiros, já que ninguém combateu mais e melhor do que eles nos 35 anos de carreira musical a injustiça social e o racismo.

“Fico lisonjeado pelo reconhecimento, mas trata-se de uma conquista que inclui todo o movimento do rap. Essa é a luta dos Racionais, do Sabotage, do Djonga, do Emicida e de outros”, dividiu a honraria Brown. “Doutor, mano! É a minha vida tomando direção que não conheço. Vou melhorar diariamente para honrar esse prêmio.”

Um pouco antes, em agosto, o artista completou dois anos do podcast Mano a Mano, no qual entrevista principalmente expoentes negros brasileiros, como o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, ou o cantor Djavan. Também passaram pelo microfone referências como Drauzio Varella, Glória Maria, Seu Jorge e Zeca Pagodinho.

Na primeira temporada, a entrevista com o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi a maior audiência do ano e espaço de revelações como o artista a contar que a primeira ligação de pêsames pelo falecimento da mãe veio do atual presidente.

O podcast foi premiado pela APCA (Associação dos Produtores e Críticos de Arte) como o melhor de 2023. É o segundo mais ouvido no País, depois do Podpah.

O estilo também conta na trajetória do cantor, que falava sobre a identificação dos jovens periféricos com marcas desde o começo dos anos 1990 em suas letras.

Em 2023, Brown virou embaixador de grifes e foi celebrado como “ícone do ano” no mercado da moda.

“A roupa não vai resolver nada, é só um anestésico. E não é algo de fácil acesso, não podemos brincar com isso. ‘Ah, todo mundo precisa usar Armani.’ A vida não é assim. Muita gente gosta, beleza, mas não vai deixar de comer e beber para vestir uma grife. Exaltar isso soa até desproporcional para a realidade do nosso povo. Sempre falei sobre marcas, sonhos, e a molecada dá um jeito, mesmo com pouco dinheiro”, diz sobre o sentido aspiracional do que representa.

A filha do cantor, Domenica, atua na área e já desfilou em eventos como Casa de Criadores. O filho, Kaire Jorge, é diretor-executivo da produtora criada por Brown e sua mulher, Eliane Dias.

 

No aniversário do primogênito, Brown postou: “Gosto mais de você do que de mim, sangue do meu sangue”. Já na cerimônia de bacharelado da caçula em Artes Cênicas, em abril, ele publicou: “Domenica tem uma dedicação e disposição que eu mesmo jamais tive e a isso dou muito valor! Só posso agradecer ao Altíssimo e aos Orixás pela vitória parcial alcançada!”. Parafraseando Brown, Racionais Capítulo 4, Versículo 3.

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marco maciel 18/12/2023

Lamentavel Truta, mano brown é zika mesmo

1 comentários

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