O Ministério da Saúde anunciou que ofereceu apoio ao Governo de Mato Grosso para incluir o estado no plano de assistência da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS), voltado ao enfrentamento dos impactos da fumaça das queimadas e da seca. A iniciativa faz parte da Missão Seca Extrema, que já está em andamento em estados da Região Norte, como Acre, Rondônia e Amazonas, e será ampliada para outras áreas atingidas.
Em entrevista divulgada nestas segunda-feira (23.09), Rodrigo Stabeli, coordenador-geral da FN-SUS, explicou que o trabalho da equipe envolve suporte logístico e de saúde pública, com a participação de especialistas em áreas como logística, urgência e emergência, saúde mental e assistência médica. “Estamos em contato com estados como Pará, Roraima, Mato Grosso e Tocantins, e priorizando as missões conforme o mapeamento de riscos”, afirmou.
Mato Grosso enfrenta uma situação crítica, com incêndios que agravam a poluição do ar, impactando a saúde da população. A expectativa é que, assim como já ocorre em outros estados, o Ministério da Saúde colabore na elaboração de planos de contingência e na análise das redes assistenciais, caso a situação piore.
Segundo Stabeli, além do suporte direto à rede de saúde, a FN-SUS reforçará ações de conscientização da população sobre os cuidados necessários em áreas afetadas pela fumaça. O coordenador destacou a importância da prevenção para evitar problemas respiratórios e outras complicações. “A principal forma de prevenir problemas de saúde neste momento é acabar com a fumaça”, enfatizou.
Segundo a plataforma suíça IQAir, que monitora a qualidade do ar globalmente, a poluição em Cuiabá nesta segunda-feira (23.09) atingiu níveis 10,3 vezes superiores ao limite anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana anterior, a capital apresentou índices ainda mais críticos, classificados como “muito insalubres” para toda a população.
Recorde de queimadas
Mato Grosso enfrenta um ano recorde em focos de queimadas, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 1º de janeiro e 22 de setembro, o estado registrou 43.948 focos de calor, um aumento de 226% em comparação ao mesmo período de 2023. O número também supera o de 2020, quando o Pantanal foi severamente afetado pelo fogo, com 37.453 focos contabilizados naquele ano.