O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) defende que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) mude o orçamento do Estado, que será enviado pelo Executivo, para garantir os recursos necessários para evitar o fechamento da Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá. Segundo ele, os parlamentares precisam ter coragem para solucionar o problema.
O primeiro leilão do prédio da Santa Casa, promovido pela Justiça do Trabalho para quitação de dívidas trabalhistas com ex-funcionários, com lance inicial de R$ 78 milhões, não teve interessados. O segundo leilão deve ter valor reduzido para cerca de R$ 50 milhões.
“A Assembleia Legislativa, se tiver coragem, peito, tem condição de impor no orçamento de 2025, os recursos necessários para comprar e manter a Santa Casa. Os deputados têm que ter coragem de cumprir o papel de parlamentar, que é mudar o orçamento”, defendeu Júlio Campos, nesta quarta-feira (17).
Júlio Campos ainda defendeu corte de recursos em áreas não essenciais para assegurar a manutenção da Santa Casa. Entre os exemplos, cita o Parque Novo Mato Grosso.
“Vamos cortar recurso de parque, vamos cortar recurso um pouco de segurança, um pouco de outros setores da educação, dos prédios chiques, das reformas suntuosas. Mas tem essa coragem? Tem que ter. Pelo menos é possível. Acorde a Assembleia. A Assembleia vai acordar. Nós vamos mobilizar aqui os deputados”, completou.
Além disso, Júlio Campos alerta que os deputados estaduais da Baixada Cuiabana serão cobrados pelo eleitorado caso não evitem o fechamento da Santa Casa. Neste sentido, defende que é preciso se posicionar com firmeza.
“Nós somos 13 deputados da Baixada Cuiabana. É a maioria desta Casa. Se nós deixarmos fechar a Santa Casa, será um erro gravíssimo que vamos cometer. E vai pagar caro o deputado que não tomar posição a favor da Santa Casa”, concluiu o parlamentar.
A manifestação de Júlio Campos aconteceu pós o presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), declarar não acreditar no fechamento da Santa Casa, sinalizando um compromisso com o governador Mauro Mendes (União Brasil) para uma solução para a unidade. No entanto, o chefe do Executivo reforçou que os serviços serão migrados para o Hospital Central, com inauguração prevista para dezembro.
“Nós temos ali algumas estratégias. Fechar ou não. O hospital que tem lá [Santa Casa], o serviço que tem lá, vão ser migrados para o Hospital Central. [Então] é igual você morar numa casa velha e dizer: ‘vou mudar para uma casa nova, mas eu tenho um valor sentimental muito grande por aquela casa velha e vou morar nas duas’. Quem faria isso?”, declarou Mauro Mendes.
Júlio Campos também destacou que a Santa Casa possui 240 leitos ativos, centro oncológico, serviço de hemodiálise e cinco salas cirúrgicas em operação simultânea. Por isso, defendeu que a gestão seja tripartite, com 33% das despesas mantidas pelo Governo Federal, 33% pelo Governo do Estado e 33% pela Prefeitura de Cuiabá.
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