O secretário de Planejamento do Governo de Mato Grosso, Basílio Bezerra Guimarães, afirmou nesta segunda-feira (19/05) que o servidor público precisa sistematicamente analisar suas contas no Portal dos Consignados e verificar, em seu holerite, se existe algum tipo de recurso que foi emprestado indevidamente. A fala foi feita em entrevista à rádio CBN.
“Verifique no seu holerite, se aqueles empréstimos que estão lá tem origem verdadeira e ele [o servidor] também tem que pensar, antes de fazer o empréstimo, que por mais que tenha taxas pequenas quando você capitaliza esse valor, o valor fica alto”, declarou o secretário.
Basílio Bezerra é apontado pelo Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig-MT) como responsável pela desregulação dos consignados no Estado com as mudanças nas exigências de controle das consignações. O que, segundo os representantes dos servidores, abriu possibilidade para uma série de fraudes que ocorreram nos últimos anos, como ausência de contrato disponível, recurso cobrado a maior nos empréstimos e instituições financeiras que operam sem autorização do Banco Central.
“O servidor tem que saber como está direcionando esse valor, então no caso do consignado ele precisa entender claramente se estão lhe passando aquilo que de fato foi ofertado”, completou Basílio.
O Estado de Mato Grosso recebe, a cada empréstimo feito pelo servidor, 5% do valor contratado. Este dinheiro vai para o Fundo de Desenvolvimento do do Sistema de Pessoal do Estado de Mato Grosso (Fundesp), que recebeu R$ 12 milhões em 2021, ano do último balanço publicado do Fundesp.
Na última quinta-feira (15/05), o presidente do Sinpaig, Antônio Wagner, afirmou em entrevista à Rádio Cultura FM ter sido intimidado por um ex-representante do Banco Capital Consig, o ex-secretário da Casa Militar, Coronel Henrique, durante assembleia do sindicato para discutir as fraudes nas consignações. Henrique negou as acusações e afirmou ter sido vítima de racismo.
O banco Capital Consig é considerado, pelo Sinpaig, a instituição com mais problemas em relação aos contratos consignados. Na entrevista à rádio Cultura, Wagner declarou que o sindicato protocolou, em sigilo, processos apontando falha nos empréstimos de servidores e, mesmo em sigilo, o banco conseguiu devolver o dinheiro aos servidores.
O sindicato identificou mais de 60 casos de servidores que contrataram empréstimos pelo Capital Consig, mas receberam valores menores do que os acordados. Em um exemplo citado, uma servidora teve prejuízo de R$ 25 mil em três contratos. O banco, que tem mais de 12,5 mil contratos com servidores estaduais, não entregava documentação e operava sem informar as transações ao Banco Central, informou o sindicato.
O sindicato identificou mais de 60 casos de servidores que contrataram empréstimos pelo Capital Consig, mas receberam valores menores do que os acordados. Em um exemplo citado, uma servidora teve prejuízo de R$ 25 mil em três contratos. O banco, que tem mais de 12,5 mil contratos com servidores estaduais, não entregava documentação e operava sem informar as transações ao Banco Central, informou o sindicato.
