O vereador por Cuiabá, policial federal Rafael Ranalli (PL), pregou fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e diz que não vai "pular do barco", mesmo diante da decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente réu no processo que apura a trama golpista articulada após as eleições de 2022.
Na avaliação do vereador, para quem é "bolsonarista raiz", não há qualquer tipo de alteração na credibilidade de Bolsonaro. Aliás, considera que o cenário fortalece o ex-presidente e a direita para as eleições de 2026, frente à suposta perseguição da Suprema Corte.
"Eu acho que o bolsonarista raiz só vai ficar mais reforçado. Eu mesmo só entrei para a política motivado por ele. Eu não seria um desses que abandonaria o barco. Muito pelo contrário, eu vou estar tirando água até o final", manifestou ele, em conversa com a imprensa, nesta quinta-feira (27).
Ele ainda ironizou a situação, sinalizando que a condenação daria frutos para Bolsonaro, assim como deu para atual presidente, Lula (PT), preso em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro e eleito em 2022, após a Justiça anular a condenação.
"O Bolsonaro ainda é o nosso candidato a presidente. E digo mais, ele sendo condenado, aí sim que ele vai virar presidente. Olha o exemplo do presidente atual. Ele foi condenado e é o nosso presidente. Então o Bolsonaro de repente pega o caminho do Lula e vira presidente ano que vem", disse.
Ranalli considera que o STF é totalmente parcial e que o processo seria apenas uma manobra para tentar tirar Bolsonaro da disputa política do próximo ano. "Saíram pesquisas que, em eventual segundo turno, o Bolsonaro venceria o Lula, por 55% a 30%. Então já mostra até o porquê da indução desse julgamento. Quer dizer, a esquerda quer eliminar por W.O. Só que o tiro pode sair, sim, pelo outro lado", comentou.
Como o Supremo aceitou a denúncia, uma fase de instrução processual se iniciará. Nela, haverá a coleta dos depoimentos de testemunhas e acusados, bem como a apresentação de provas. Encerrada essa etapa, o Supremo Tribunal Federal realizará um novo julgamento para decidir se os envolvidos são culpados ou inocentes. Além de Bolsonaro, outras sete pessoas se tornaram réus no processo.