Cuiabá, 11 de Fevereiro de 2025

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Política Quarta-feira, 08 de Janeiro de 2025, 09:12 - A | A

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CV NA CÂMARA

Nunca falei que daria nomes, diz Ranalli sobre vereadores com elo com facção

Durante campanha, Ranalli afirmava que 4 ou 5 vereadores teriam recebido recursos financeiros do grupo criminoso

Rdnews

Depois de empossado como vereador por Cuiabá, o policial federal Rafael Ranalli (PL) adotou um perfil mais moderado ao tratar da denúncia contra parlamentares que estariam infiltrados na Câmara de Cuiabá a mando da facção criminosa Comando Vermelho. Em conversa com a imprensa nesta terça-feira (7), ele informou que jamais teria dito que daria os nomes, embora, durante a campanha e pós-vitória, seguia na tese de que cerca de 4 ou 5 vereadores teriam recebido recursos financeiros do grupo criminoso.

Ranalli alega que não fez compromisso de dar nomes em público, mas que encaminharia sua denúncia à Polícia Federal, que teria a missão de investigar o caso e, eventualmente, punir aqueles que estariam a mando da facção criminosa. 

"Eu acho que tem que recordar, eu nunca falei que ia entregar nome. Eu falei que ia falar os nomes? Eu não me recordo [...] Acho que a gente tem que saber falar, ouvir e entender. A imprensa tem que parar de colocar a palavra na boca dos outros. E eu falo até demais, por isso até falei, vou procurar. Em nenhum momento falei que vou dar nome, muito pelo contrário", disparou ele, quando foi "cobrado" pelos jornalistas.

Segundo Ranalli, seu discurso sempre esteve pautado na versão de que não teria provas do envolvimento de parlamentares, mas vinha recebendo "relatos populares" e até mesmo de vereadores. Ele chegou a ser enquadrado pelos colegas parlamentares para que desse os nomes, ao invés de colocar todos  na mesma vala. Entretanto, Ranalli sustenta que estava replicando o que havia recebido - e ainda alfinetou alguns colegas "medrosos".

"O que eu acho engraçado é que ninguém tem culhão e coragem para falar. Porque no bastidores aqui, mais de 10 [vereadores] já reclamaram para mim. Ranalli, no tal bairro não entrava. No tal bairro não podia pedir voto para mim, já tinha um candidato X, um candidato Y. Então, que a polícia arrume conjunto probatório para trazer os nomes à tona com prova", pontou.

Ele ainda reclamou que estaria sendo colocado contra os vereadores eleitos, mas de maneira equivocada: "O que estão tentando vincular a minha fala é com os colegas eleitos. Muitas vezes, a grande maioria usou a máquina do comando, a máquina do sistema criminal, e não foi eleito".

"Só uma denúncia e um indício, não pode ser divulgado o nome, gente. Quantas pessoas a Polícia Federal ou Civil investigam e a gente não fica nem sabendo, e é uma pessoa do bem e passa a investigação, passa reto, passa por cima do nome, porque não teve nada de mácula, entendeu? Então, tem que tomar muito cuidado", emendou.

Cobranças

No dia 8 de novembro, em entrevista, Ranalli chegou a ironizar a reclamação de vereadores inconformados com a sua postura de "acusar sem provas". Por diversas vezes, sinalizou existência de vereadores infiltrados. "A denúncia eu vou fazer quando tomar posse. Eu quero fazer esse denúncia como vereador, lembro a todos que ainda não sou. Tem alguns vereadores aí, que é igual vermífogo: quando ameaça tomar, o verme já começa a mexer. Estão falando que o Ranalli vai ter que provar. Eu não sou vereador ainda. No primeiro dia, vou fazer um ofício sigiloso. Quem vai investigar é a polícia", argumentou.

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