O vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), considera que há uma desvirtuamento e alteração da história brasileira quando se trata da ditadura militar que se estendeu de 31 de março de 1964 até redemocratização em 1985. Para ele, com a redemocratização e tempo mais modernos dos anos 1990 e 2000, os militares passaram a ser tratados como bandidos, embora, na sua percepção, tenham sido os responsáveis por "salvar" o país da corrupção, do comunismo e fazer a defesa da família.
A fala de Ranalli foi realizada ao ser questionado se concordava com a postura do correligionário, deputado Gilberto Cattani ou se ele deveria estudar a história do próprio país, ao minimizar a ditadura militar. Ranalli, que tem 46 anos e tinha apenas 6 anos quando o regime acabou, alega que aprendeu que não houve golpe militar e que não teve parentes perseguidos durante o período, minimizando a situação
"Não existiu golpe naquela época, houve uma defesa da família brasileira. Se alguém for lá estudar, houve a marcha pela família em São Paulo, mais de um milhão de pessoas pediram que os militares não permitissem que o Brasil virasse uma Cuba. Foi isso que aconteceu. Agora os livros, nosso didático, depois dos anos 90, anos 2000, parece que mudaram, alteraram um pouquinho e aí começou a tratar os militares como bandidos e não foi assim [...] Alguém foi perseguido? Não me recordo, na minha família mesmo não teve", comentou.
Censura em shows privados
Ranalli conseguiu a aprovação da lei que veta incentivo financeiro para shows e cantores que façam apologia ao crime, a chamada "Lei Anti-Oruam", em referência a Mauro Davi, filho do chefe do Comando Vermelho-RJ, Marcinho VP, que está preso em um presídio federal. Agora, o vereador quer barrar cantores em eventos privados, por meio da rejeição de licenças.
Nestes casos, se conseguir a aprovação da nova lei, a Prefeitura de Cuiabá deverá implementar uma "peneira" de músicas sobre o repertório musical do cantor ou banda, visando checar se as canções fazem apologia ao crime, exaltação de facções ou sexualização de menores. Ele foi questionado se a medida não seria uma censura, contudo, alegou que não há comparações a serem feitas, mas defendeu a volta do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), instrumento de repressão adotado pelos militares na ditadura.
"A gente tá falando aqui de apologia ao crime. O cara cantar 'vou matar a polícia', incentivar o seu filho a usar droga, o que a gente convém, que não é bom e não é legal, a princípio. Não comparo [o projeto] a ditadura, muito longe [...] nem equipara com questão de ditadura", alegou.
Rodinei Crescêncio/Rdnews
