A vereadora Maysa Leão (Republicanos) afirmou que a declaração do prefeito eleito Abilio Brunini (PL) de que apoia a veredora eleita Paula Calil (PL) como próxima presidente da Câmara Municipal gerou “desconforto” no grupo que articula a disputa da Mesa Diretora.
Formado por 14 vereadores, o grupo defende lançar uma mulher para presidência da Casa e, anteriormente, tinha Maysa e a vereadora Michelly Alencar (União) como as principais cotadas para o cargo.
No entanto, a novata Paula Calil entrou na disputa depois que Abilio sugeriu seu nome para o comando da Mesa, no início do mês.
“A gente sabe que o prefeito falou primeiramente do nome da vereadora Paula Calil e houve ali um desconforto, primeiro por ter determinado um nome, porque acho que o debate tem que ser entre os vereadores. E segundo, por não haver opção”, afirmou à imprensa.
“Então, é o momento agora de pegarmos esse grupo, que defende esse projeto, e sentarmos. Para saber se de fato é um desconforto pela predeterminação do nome da Paula Calil ou se é um desconforto por ser uma mulher”, completou.
Apesar de ter preferência por Paula, Abilio admitiu na última quarta-feira (6) que está disposto a abrir mão desta escolha para viabilizar mais votos de vereadores à chapa. Na ocasião, ele citou Michelly e Maysa como opções.
Para a vereadora, esse posicionamento é importante para não trazer mais ruído entre os vereadores do grupo.
“Acho que a partir do momento que ele fala apenas um nome, só cria até um ruído para essa pessoa que era a escolhida dele. Ampliar esse leque é importante até para gente testar o quanto os homens estão dispostos a votar em uma mulher, porque se o nome não é aceito, termos três nomes é ampliar essa escolha”, disse.
Resistência
O vereador eleito Rafael Ranalli (PL), que está entre os parlamentares que apoiam uma Mesa Diretora apenas de mulheres, afirmou que tem ocorrido objeção de alguns por essa ideia.
Maysa chamou a situação de “alvoroço” e lembrou que a Câmara de Cuiabá por vezes teve a Mesa composta apenas por homens.
“Nunca houve alvoroço por uma Mesa 100% masculina. Pelo contrário, a gente está acostumada a ter parlamentos com mulheres e essas mulheres não comporem Mesa, como foi o caso aqui no último biênio e no penúltimo biênio”, afirmou.
“Eu, como vereadora que sei da dificuldade que ser uma mulher na política, que luto para que as mulheres tenham espaço, acho que é sim o momento de termos uma Mesa ou 100% de mulheres ou que seja presidida por uma mulher”.