A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e a secretária de Educação, Solange Dias, pela condução da pasta nos primeiros dias de gestão, pontuando que havia alertado, desde o ano passado, sobre os problemas que o Município enfrentaria durante o período de transição, contudo, não foi ouvida.
A parlamentar, conhecida pela postura combativa durante a gestão Emanuel Pinheiro (MDB), ainda negou ter "amansado" ou estar sendo omissa atualmente. Maysa assegurou que fará apontamentos necessários e pertinentes quando necessário.
"Algumas pessoas vieram em uma forte provocação: 'Cadê a leoa que falava bravamente contra o Emanuel Pinheiro?' A leoa está aqui e vocês terão a oportunidade de acompanhar o mandato sendo a mesma pessoa de sempre", afirmou.
Sobre a data de incídio das aulas, que foi adiada do dia 3 para o dia 10 de fevereiro devido a problemas constatados pelo prefeito a poucos dias do retorno, Maysa relatou, em sessão nesta terça-feira (4), que desde o dia 12 de novembro do ano passado procurou o prefeito e seu staff, por meio de um ofício, apresentando 23 diretrizes necessárias para o retorno do ano letivo - porém, não obteve resposta.
"Essas diretrizes eram importantes para que a aula começasse no dia 3. Essas diretrizes eram muito importantes para que muita coisa fosse sanada, para que um plano de curto, longo e médio prazo fosse feito. Eu me coloquei à disposição. Infelizmente, as demandas eram muitas", salientou.
Ela argumentou que, no dia 18 de novembro, enviou mensagem para Abilio, para analisar o quadro de coordenadores e diretores e realizar as nomeações, mas que também não foi atendida. A nomeação que só ocorreu no dia 20 de janeiro.
Já no dia 21 de janeiro, em reunião com o Ministério Público de Mato Grosso, Maysa constatou a ausência de contratos com as Cuidadores de Alunos com Deficiência (CADs) e percebeu que a nova secretária de Educação, escolhida por Abilio, não possui conhecimento real da situação da cidade, resultando na concentração de decisões a serem tomadas pelo prefeito.
"Nessa reunião a gente viu que não tinha contrato com as CADs, que tinha muita coisa em aberto. O que eu percebi? A secretária Solange está perdida. Ela não é de Cuiabá, ela não conhece as unidades. E o prefeito teve que assumir muitas decisões, e se a gente continuar dessa forma, sinto dizer [...] não vai dar certo assim. Não dá para centralizar", disparou.
Ela pontuou que o prefeito deveria ter solicitado ajuda da comunidade escolar e feito o retorno das aulas de maneira participativa. Maysa lamentou a ausência de uma semana pedagógica e se colocou, novamente, à disposição para participar das tratativas da Educação.
"Nós poderíamos ter ativado a comunidade escolar para capinar mato. Eu estudei em escola pública, eu pintei o muro da escola Francisco Ferreira Mendes, no Boa Esperança, e me trouxe memórias lindas na minha vida. Então, a gente pode fazer uma administração cooperativa", disse.
"Eu posso ser essa ponte, a gente pode fazer essa semana pedagógica híbrida. Estou aqui nesse plenário clamando pela oportunidade de ajudar e falando para a sociedade: não, eu não cruzei os braços. O leão não virou gatinho, mas a gente tem que ser decente", emendou.