O governador Mauro Mendes (União) afirmou, nesta sexta-feira (15), que a qualidade de vida nas cidades depende diretamente da eficiência do poder público e de sua capacidade de atuar em prol do interesse coletivo. A declaração foi feita antes de sua participação como palestrante no 10º módulo do MBA em Gestão de Cidades, promovido pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT).
Segundo Mendes, quando governos funcionam de maneira eficaz, conseguem promover transformações urbanas significativas e se tornam referência internacional. Ele citou a China como um exemplo recente de desenvolvimento acelerado e ressaltou que ideologias políticas não devem impedir o reconhecimento de boas práticas.
“O poder público é determinante para criar um ambiente que atenda a todos. Quando esse papel é bem desempenhado, vemos cidades, estados e países com muito mais qualidade. A China é, talvez, o exemplo mais espetacular de um governo que executa bem suas funções e promove grandes mudanças urbanas. É preciso olhar para o que funciona no mundo e adaptar à nossa realidade”, disse o governador.
Mendes relatou ainda experiências pessoais no país asiático e compartilhou uma reflexão ouvida de um morador local. “Ele me disse: ‘Na China, você pode andar por qualquer rua com um saco de dinheiro transparente na cabeça e ninguém vai tocar em você. E no Brasil?’”, afirmou, defendendo que a comparação deve servir como provocação para pensar sobre segurança e eficiência estatal.
Além da China, o governador também citou Singapura, Japão e países do Oriente Médio como referências de disciplina e responsabilidade cidadã. Como exemplo, destacou que em Tóquio não há lixeiras nas ruas, já que é comum que cada pessoa leve seu próprio lixo.
“Isso, para nós, pode parecer estranho, mas lá é natural. É uma demonstração de como a consciência coletiva e a eficiência do governo podem moldar hábitos e melhorar a vida urbana”, concluiu.
China x Brasil
Enquanto a China é frequentemente citada como exemplo de um Estado centralizador e eficiente na execução de políticas públicas, o Brasil enfrenta entraves ligados à burocracia, à instabilidade política e à dificuldade de transformar planejamento em resultados práticos. Na China, o governo define metas de longo prazo e mobiliza recursos de forma coordenada; já no Brasil, políticas urbanas e sociais sofrem maior impacto de disputas partidárias, o que compromete a continuidade e a eficiência da gestão.