O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), terá que comprovar as acusações que fez contra o agronegócio, afirmou o governador Mauro Mendes (UNIÃO). Em um dos trechos de sua delação premiada, Cid relatou que o setor pressionava por um plano golpista para manter Bolsonaro no poder, declarando que estavam “nessa angústia de esperar que o golpe fosse dado”. A gravação foi divulgada nesta quinta-feira (20), logo após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o acordo de delação premiada de Cid.
Questionado na última sexta-feira (21) sobre as acusações de Mauro Cid contra o agronegócio, Mauro Mendes, governador de um estado onde o setor é a principal atividade econômica, defendeu a área e afirmou que o “agro dá orgulho para o Brasil”. Ele exigiu provas das alegações feitas pelo ex-ajudante.
“A acusação tem que vir com provas”, disse Mendes. “E ele tem que provar aquilo que ele falou”.
“O agro de Mato Grosso é um agro trabalhador que dá orgulho a mim, que dá orgulho ao Brasil, que paga imposto e que gera dividendos. E esse agronegócio, como todos aqueles que trabalham e produzem neste país, tem que ser reverenciado e não acusado em vão”, acrescentou o governador.
Em seu depoimento, Mauro Cid também afirmou que empresários do agronegócio financiaram os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis do Exército após a derrota do ex-presidente para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Em Mato Grosso, diversos empresários do setor apoiaram a campanha de Bolsonaro com doações e, posteriormente, tornaram-se alvos de investigações por suposto financiamento de atos golpistas e envio de caminhões para Brasília.
Na última terça-feira (18), Bolsonaro foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. Além dele, outras 33 pessoas foram denunciadas, incluindo Mauro Cid.