O governador Mauro Mendes (União Brasil) saiu em defesa do agronegócio mato-grossense e brasileiro, alfinetando o presidente da França, Emmanuel Macron, e o CEO da rede francesa de supermercados Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou que não importará carne oriunda do Mercosul. O chefe do Executivo sugeriu a "lei da reciprocidade" para com a gigante francesa e ao Atacadão, empresa atacadista que atua no Brasil - que faz parte do conglomerado.
Mauro ressaltou que o Carrefour da França possui o direito de importar carne de qualquer lugar, porém, compreende que os brasileiros também possuem direito de escolherem onde farão suas compras. Neste cenário, sinalizou não ver justiça no tratamento que o Mercosul tem recebido e emendou: "Do jeito que você me trata, eu posso também te tratar".
"Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles não servem para vender produtos franceses. E até porque não dizer, essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país. A partir de agora, quero dizer a esse diretor geral do Carrefour, do Atacadão, que eu, como cidadão, não vou mais comprar nas lojas deles. Eu acho que quem é do agronegócio brasileiro, tendo esse tipo de tratamento dessa empresa, poderia pensar em fazer a mesma coisa. E acho que todos nós brasileiros, para honrar o nosso país, devemos pensar em dar a este Carrefour e Atacadão o mesmo tratamento que eles estão dando ao nosso país", disparou ele, em vídeo compartilhado nas redes - veja abaixo.
Mauro disparou também contra o presidente francês, afirmando que o discurso "ambientalista" não condiz com as ações para reduzir desmatamentos. "Fica mais uma vez claro que essa história do senhor Macron, e de muitos ambientalistas que se dizem defensores do meio ambiente, isso é muita conversa fiada, porque no fundo mesmo eles querem usar muitas vezes o meio ambiente para criar barreiras contra o agronegócio do nosso país, do Brasil e de alguns outros países aqui da América do Sul", destacou.
A posição do Carrefour da França foi tomada, segundo o CEO, em vista do acordo de livre comércio que pode ser aprovado e da lei antidesmatamento da União Européia. Mas para o governador, a rede de supermercados realiza um movimento tentando proteger os produtores franceses, que segundo ele, não têm capacidade de competir com o mercado brasileiro.
"Ele fez esse comunicado em resposta aos produtores do agronegócio francês que mais uma vez estão fazendo protesto por conta de um acordo que pode ser assinado aí do Mercosul com a União Europeia. Como esses produtores franceses não conseguem competir com o agronegócio brasileiro, eles ficam criando esses artifícios e o Carrefour e o Atacadão embarcaram nessa onda", comentou.