Em meio ao tarifaço e instabilidade comercial internacional provocada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), não vê margem para que o Brasil e o agronegócio brasileiro obtenham vantagens nesta guerra. As duas potências mundiais, EUA e China, que são os principais parceiros econômicos do Brasil, adotaram tarifas recíprocas de importação - entre 10 a 15%.
Com a escalada insuflada após a posse de Trump em 20 de janeiro, Mauro compreende que neste momento inicial do jogo comercial, não há como apontar quem poderia se beneficiar: "O Governo Trump começou tomando medidas que têm chamado a atenção do mundo inteiro, causado alguns transtornos a nível de economia global. É muito cedo para ficar cravando quem ganha ou quem perde".
Mauro reconheceu que as duas maiores potências possuem divergências, mas acima de tudo, sabem a hora de negociar, tendo de um lado Trump - notório negociador - e Xi Jinping, um diplomata experiente. Na sua análise, seria um equívoco tremendo o Brasil achar que pode aproveitar a guerra comercial para se sobressair.
"Imaginar que os dois vão brigar, fazer o jogo perde-perde para o Brasil ganhar com isso, eu acho que é uma análise muito equivocada, no meu ponto de vista. No final, eles vão se acertar e, se eles se acertarem, como o Trump é um grande negociador, isso pode ser um grande problema para o Brasil e principalmente para as exportações do agronegócio que é feito para o mercado chinês", argumentou.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro do Brasil, ficando atrás da China, tendo como demanda a importação de café, cana-de-açúcar, carne, soja, couro, sucos e demais itens. A China, por sua vez, importa do Brasil: soja, minério de ferro, carne bovina, óleos de petróleo, cana-de-açúcar, algodão e outros.
A guerra comercial pode provocar reflexos na economia brasileira, como maior pressão inflacionária, aumento de juros, imprevisibilidade e diminuição do ritmo de comércio internacional, além da possibilidade de taxação direta de exportações brasileiras.