Apontado como o ideólogo da família Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a usar as redes sociais para lançar ataques contra aliados. Conhecido por adotar um tom mais agressivo em momentos de tensão política, ele afirmou neste fim de semana que, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece preso, os “direitistas se calam”.
Sem citar nomes, Carlos comparou governadores de direita a “ratos”, em críticas que podem atingir lideranças como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Júnior (Paraná) e Mauro Mendes (Mato Grosso). Mendes, por exemplo, ao ser questionado recentemente por apoiadores, afirmou que “trabalha em silêncio” para tentar ajudar Bolsonaro.
A publicação foi compartilhada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão de Carlos. Além disso, o vereador também classificou como “presos políticos” os condenados e investigados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram alvo de atos golpistas em Brasília.
Segundo a jornalista Maria Clara Mattos, da CNN, a mensagem publicada por Carlos no domingo (17) mirava “governadores democráticos” de direita, acusados por ele de se limitarem a fazer oposição ao PT (Partido dos Trabalhadores) sem, no entanto, defenderem o ex-presidente com a intensidade esperada.
Para contextualizar a postura de Carlos Bolsonaro, pesquisadores lembram que ataques virulentos contra aliados fazem parte de sua trajetória política. O artigo “A ideia plana e a repulsa ao Outro: o caso Bolsonaro (s)”, publicado pela revista Mediapolis da Universidade de Coimbra, analisa esse comportamento e define a lógica da família como marcada por um “egoísmo militante”. Já o ensaio audiovisual Cenas da Extrema Direita — disponível no projeto Buraco da Memória — aprofunda o debate sobre a trama golpista de 8 de janeiro e a atuação da extrema direita bolsonarista.