A Câmara Municipal de Cuiabá rejeitou o pedido de abertura de mais uma comissão processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
O requerimento, formulado pela vereadora Maysa Leão (Republicanos), citava o não pagamento de emendas destinadas a cirurgias eletivas nas unidades de saúde da Capital.
Dez vereadores votaram pela abertura, enquanto doze foram contra. Houve três ausências (veja votos abaixo).
Em entrevista recente, o presidente da Casa de Leis Chico 2000 (PL) denunciou que Emanuel não teria pago quase R$ 30 milhões de emendas impositivas que foram reunidas em uma ação conjunta dos parlamentares.
O montante, segundo o parlamentar, seria destinado a zerar a fila de cirurgias eletivas.
Após a votação, os vereadores foram justificar seus votos e iniciou-se um bate-boca. A vereadora Edna Sampaio (PT), que se coloca como oposição a Emanuel Pinheiro, votou contrária à abertura da comissão, o que trouxe descontentamento ao colega Dilemário Alencar (União).
Também oposição ao prefeito, Dilemário ressaltou que o voto de Edna “salvou” o prefeito da abertura do processo. Isso porque, caso Edna votasse favorável à abertura da investigação, haveria um empate. Neste caso, o presidente da Casa Chico 2000 (PL) deve votar.
"O voto da vereadora Edna salvou o ‘prefeito do paletó’. Salvou o prefeito dos grandes escândalos de corrupção. [...] Ela diz que é oposição... Oposição coisa nenhuma! Oposição mequetrefe. Ela salvou o prefeito! [...] Oposição mequetrefe!”, disse Dilemário.
Em seu direito de resposta, a petista atacou Dilemário e o acusou de ter uma “obsessão absurda” por ela.
“[...] Uma paixão política que eu não posso corresponder, obviamente. E eu acho seguinte: quem pula de galho em galho é o senhor, que cada dia está em um partido diferente. É um sobrevivente que faz qualquer coisa para estar aqui. O meu voto quem responde por ele, sou eu. Eu não vou me silenciar porque o senhor quer”, afirmou.
Esse é o 17º pedido de comissão processante que Emanuel consegue derrubar na Câmara. Um único passou pelo crivo dos vereadores, mas o prefeito conseguiu judicializá-lo, paralisando-o.
Esse pedido se baseia na decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que determinou o afastamento de Emanuel no último dia 4 de março. Ele ficou três dias afastado.
Veja como cada vereador votou:
Contra:
Adevair Cabral
Didimo Vovó
Edna Sampaio
Jefferson Siqueira
Lilo Pinheiro
Marcrean Santos
Marcos Brito
Mario Nadaf
Renivaldo Nascimento
Rodrigo Arruda e Sá
Sargento Vidal
Wilson Kero Kero
A favor:
Cezinha Nascimento
Demilson Nogueira
Dilemário Alencar
Luiz Fernando
Eduardo Magalhães
Eleus Amorim
Felipe Correia
Michelly Alencar
Rogério Varanda
Sargento Joelson
Ausentes:
Chico 2000
Kassio Coelho
Paulo Henrique