O prefeito eleito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) voltou a afirmar, nesta quarta-feira (6), que não aceitará “interferências externas” na formação da Mesa Diretora da Câmara Municipal a ser eleita para o próximo biênio (2025-2026).
Na terça-feira (5), ele havia afirmado que, nos bastidores, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD) e o presidente da Assembleia Eduardo Botelho (União) estariam articulando para comandar a Mesa.
Hoje Abilio acrescentou um outro elemento externo: facção criminosa Comando Vermelho, que, conforme ele, também estaria de olho na direção do Legislativo municipal.
“Não vou entregar a Mesa! Não vou entregar a Mesa para o Comando, não vou entregar a mesa para Fávaro, Botelho... E se tiver que lutar pela Câmara Municipal e defender a Câmara, eu vou lutar e defender”, afirmou na manhã desta quarta-feira (6).
Questionado sobre a acusação em relação à facção criminosa, Abilio lembrou da entrevista recente em que o vereador eleito Rafael Ranalli (PL), que é policial federal e seu aliado, afirmou que a facção criminosa elegeu quatro parlamentares na Câmara neste ano.
Nomeações
Ainda na entrevista, Abílio afirmou que cargos dentro da Prefeitura de Cuiabá, hoje administrada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), estão sendo loteados por cabos eleitores de vereadores aliados do emedebista.
“A conversa que me trazem é que já estão nomeando alguns cargos na Prefeitura de Cuiabá, na gestão do Emanuel, e eles sonham ter a Mesa para segurar esses cargos. Imagina: eles como presidente da Câmara falarem que, se romper o contrato de determinada empresa, o projeto não passa”, disse.
“Eu já digo de antemão que, ao assumir a Prefeitura com eles na Mesa ou não, eu vou romper, sim, os contratos que eles estão fazendo agora. E as contratações que o Emanuel está fazendo agora, inclusive de cabos eleitorais deles, eu vou mandar embora, sim. Independente de fechar acordo na Mesa ou não”, disse.
“Se ganharem a Mesa, vai ser guerra e nós vamos enfrentar a guerra”, disse.
O grupo da Câmara que enfrenta a base de Abilio na Câmara é encabeçado pelo vereador reeleito Pastor Jeferson (PSD).
“Não vamos aceitar”
O prefeito eleito apoia um grupo de 11 vereadores eleitos, composto por maioria de novatos e mulheres. A defesa dele é que a Mesa Diretora seja composta apenas por mulheres.
Abilio tem como preferência a vereadora eleita Paula Calil (PL), mas disse que para viabilizar mais votos de vereadores à chapa, abriria mão de sua escolha e apoiaria outra mulher, como as vereadoras reeleitas Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar (União).
“Se não quiserem o nome da Paula, mas o nome da Michelly, da Maysa, ou de qualquer outra pessoa, a gente está junto para construir um nome para defender os interesses do Legislativo e de Cuiabá”.
“Nós não vamos ceder à pressão, não vamos aceitar faca no pescoço, não vamos fazer negociação com aqueles que estão do lado errado”, completou.
"Quando forças externas ao Parlamento estão trabalhando para tentar coagir, cooptar, ou tentar colocar a faca no pescoço do prefeito para que ele não tenha uma gestão correta durante os dois primeiros anos, eu tenho que intervir. Eu tenho que ir lá e conversar com eles. Não sou eu que voto".