O prefeito Abílio Brunini (PL) apresentou, nesta terça-feira (9), a proposta de privatização da gestão e administração de recursos das escolas municipais de Cuiabá. O tema será discutido em audiência pública na Câmara Municipal, às 18h, e já começa a mobilizar debates entre vereadores, educadores e sindicatos.
Segundo o prefeito, a iniciativa tem como objetivo aumentar a eficiência na aplicação de verbas destinadas à Educação. “A educação de Cuiabá precisa ser mais eficiente na gestão dos recursos públicos”, afirmou.
Questionado sobre o modelo que será implementado na capital, Brunini admitiu que ainda não há uma estrutura definida. “A gente ainda não tem um modelo apropriado de como será. Mas, eu acredito que sim, nós vamos ter um administrador para cada escola”, declarou.
Falhas na gestão atual
O prefeito citou problemas de manutenção e dificuldades na execução dos recursos repassados às unidades escolares em 2024, o que teria provocado atrasos no calendário letivo. De acordo com Brunini, em alguns casos foi necessário acionar outras secretarias municipais — e até a Limpurb, responsável pela limpeza urbana — para garantir o retorno das aulas.
PPP e mudanças propostas
A proposta prevê a adoção de uma Parceria Público-Privada (PPP), que ficaria responsável pela contratação de diretores e secretários escolares. Os cargos de coordenadores pedagógicos, no entanto, permaneceriam sob as regras atuais da Secretaria Municipal de Educação.
Brunini reforçou que a medida atingirá apenas a esfera administrativa, não o setor pedagógico, que seguirá sob responsabilidade dos servidores efetivos da pasta. “Não é que a gente não esteja reconhecendo ou não valorizando o servidor da educação, mas acredito que a parte de administração predial, de insumos, de materiais, tem a necessidade de ter alguém com a expertise dessa área”, justificou.
Resistência e debate político
Nos bastidores, a proposta deve enfrentar resistência de entidades ligadas à Educação e de parte da oposição na Câmara. Representantes do setor avaliam que a medida pode significar uma terceirização disfarçada da gestão escolar, reduzindo a autonomia dos profissionais concursados e abrindo espaço para ingerências políticas na escolha de administradores.
Ainda assim, Brunini aposta que a audiência pública desta terça-feira será o primeiro passo para amadurecer a discussão e avaliar a viabilidade do projeto.
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