A Polícia Civil cumpriu na manhã desta terça-feira (29) um novo mandado de busca e apreensão na Câmara Municipal de Cuiabá, como parte dos desdobramentos da Operação Perfídia, que investiga um suposto esquema de corrupção passiva envolvendo os vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson (PSB). A ação teve como foco a coleta de imagens das câmeras de segurança da sede do Legislativo.
Ambos os parlamentares estão afastados do cargo desde abril deste ano por decisão judicial. Eles são acusados de participação em um esquema de pagamento de propina relacionado à empresa responsável pelas obras da avenida Castorina Sabo Mendes, conhecida como "Contorno Leste".
A Secretaria de Comunicação da Câmara confirmou o cumprimento do mandado e, em nota oficial, informou que a instituição “adotou todas as medidas necessárias para garantir o pleno acesso às informações solicitadas pelas autoridades”, reforçando seu compromisso com a colaboração integral nas investigações.
Deflagrada em 29 de abril, a primeira fase da Operação Perfídia cumpriu 27 ordens de busca e apreensão em Cuiabá, incluindo as residências dos vereadores investigados, seus gabinetes na Câmara e os sistemas de segurança do prédio, apontado como um dos locais em que os crimes teriam ocorrido.
Como consequência das investigações, Chico 2000 e Sargento Joelson foram afastados de seus mandatos e proibidos de manter contato entre si, com testemunhas, servidores da Câmara e de acessar a sede do Legislativo ou as obras do Contorno Leste. Também estão impedidos de se ausentar da cidade sem autorização judicial e foram obrigados a entregar seus passaportes às autoridades.
Retorno ao cargo negado
O vereador Chico 2000 chegou a recorrer à Justiça para tentar reverter a decisão de afastamento. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em sua decisão, o magistrado destacou que o afastamento tanto de Chico quanto de Joelson é “imprescindível para impedir que o cargo seja utilizado de maneira indevida” e para evitar a “reiteração delitiva”.
O ministro também afirmou que as medidas judiciais foram aplicadas “diante de concretas evidências de que o recorrente” estaria envolvido nas irregularidades apuradas, e que, por se tratarem de medidas temporárias, são proporcionais e razoáveis.
Nota oficial da Câmara Municipal
“A Câmara Municipal de Cuiabá informa que, na manhã desta terça-feira (29), foi cumprido um mandado de busca e apreensão no prédio do Legislativo, em decorrência de desdobramentos da Operação Perfídia, conduzida pela Polícia Civil. A Casa de Leis adotou todas as medidas necessárias para garantir o pleno acesso às informações solicitadas, colaborando integralmente com as autoridades competentes e assegurando o respeito ao devido processo legal, primando pela ética e transparência.”