A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (04) a Operação Rustius, que tem objetivo de investigar a arrecadação de verbas irregulares na campanha eleitoral de Alei Fernandes (União), que foi candidato a prefeito nas eleições municipais de Sorriso (a 420 km de Cuiabá). Ele venceu as eleições com 51,3% dos votos.
Segundo a PF, os mandados são cumpridos em Sorriso e em Cuiabá. Os agentes cumprem nove ordens judiciais e busca e apreensão, além de medida cautelar pessoal, que inclui a entrega do passaporte do investigado, a proibição de sair da cidade e o impedimento de contato com outros envolvidos na investigação.
As ordens foram emitidas pelo Juiz Eleitoral de Garantias do Núcleo I – TRE-MT e visam coletar evidências adicionais para elucidar os fatos.
A investigação apura a prática do crime de “caixa 2” de campanha eleitoral, dentre outros relacionados, diante da apreensão de R$ 300 mil em espécie dias antes das eleições municipais. O valor foi encontrado com um dos principais apoiadores da campanha eleitoral de Alei.
Os elementos de informação colhidos no inquérito policial indicam que o valor seria destinado ilicitamente à campanha eleitoral. Além desse valor, há indícios de que várias transações financeiras, relacionadas a essa mesma campanha, realizadas por empresários locais, foram realizadas de forma ilegal com a participação de pessoas jurídicas, por meio de “laranjas” e com dinheiro não contabilizado na prestação de contas.
Adversário entra com ação
Como já divulgado pela reportagem nessa terça-feira (03), o candidato derrotado à Prefeitura de Sorriso, Leandro Damiani (MDB), ingressou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Alei Fernandes para apurar suposto abuso de poder econômico, caixa 2 e compra de votos nas eleições de 2024. O pedido foi protocolado na segunda-feira (2), junto a 43ª Zona Eleitoral de Sorriso, pelo advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e um dos principais eleitoralistas do Brasil.
Entre os pedidos formulados por José Eduardo Cardozo estão cassação do registro de Alei e do vice Acácio Ambrosini (Republicanos) e a consequente inelegibilidade pelo período de 8 anos. Além disso, requereu a aplicação de multa.
Nos autos, a AIJE cita possíveis ilicitudes eleitorais praticadas por Alei e seu grupo político, destacando a apreensão de R$ 300 mil de Nei Frâncio, pai de um dos principais financiadores da campanha.