Cuiabá, 28 de Abril de 2025

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Polícia Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 09:30 - A | A

Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 09h:30 - A | A

ESCALADA DE DESTRUIÇÃO

Garimpo de ouro aumenta em terras indígenas de Mato Grosso

Reportagem da DW Brasil mostra a escalada da destruição das áreas indígenas em Mato Grosso pelo aumento dos garimpos ilegais. A abertura de novas áreas é motivada por “apetite internacional” e corrida de bancos para aumentar reservas de ouro. O negócio s

Pnb online

Ouro e mercúrio são metais que fazem parte hoje da realidade de Mato Grosso, no interior e na Capital. O negócio da exploração mineral, com o uso do mercúrio, altamente poluente, para obter ouro, é uma atividade criminosa, com os garimpos ilegais, mas também um florescente negócio empresarial, legal, que tem dono: ricos empresários-garimpeiros. A omissão das autoridades; a desinformação da sociedade e a rede de proteção legal e política para a atividade do negócio do ouro, deixam o meio ambiente de Mato Grosso vulnerável, tanto na região das áreas indígenas da Amazônia quanto também no entorno das cidades nas regiões do Cerrado e Pantanal, como Cuiabá e Poconé. 

O silêncio vale ouro para arranjos políticos. Um exemplo: o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), político-celular, caçador de likes e polêmicas rasas, não disse até hoje nenhuma palavra sobre o garimpo da família do governador Mauro Mendes (União) que avança na área rural da capital de Mato Grosso. Para Abílio, a regra é clara: o seu discurso corajoso e debochado é exclusivo contra servidores públicos, mulheres, pobres e adversários políticos. Afinal, Abílio, basta ser legal para garimpar no entorno da cidade? Os garimpos de ouro são bom negócio para os cuiabanos ou só para os empresários-garimpeiros? Fala, prefeito Abílio, coragem! Pergunte ao governador-garimpeiro: qual é o benefício para a população de Cuiabá a exploração do garimpo de ouro no entorno da cidade?

De Cuiabá, voltemos a atenção para a região da Amazônia em Mato Grosso. A jornalista Nádia Pontes, do DW Brasil, destaca: na área indígena Sararé, em Mato Grosso, a destruição disparou. O desmatamento para garimpo cresceu 93%.

O levantamento faz parte do relatório Ouro Tóxico feito pelo Greenpeace e divulgado nesta terça-feira (08/04). A organização mapeou o impacto ambiental do garimpo nos territórios indígenas mais atingidos na Amazônia: Sararé, em Mato Grosso; Kayapó, Munduruku, ambas no Pará, e Yanomami, dividida entre Amazonas e Roraima.

Do garimpo para cofres de bancos

No ano passado, 61 toneladas de ouro saíram do Brasil para outros países. Cerca de 25% do metal vem dos estados amazônicos, com liderança de Mato Grosso. Os maiores compradores em 2024 foram Canadá, Suíça e Reino Unido – a Alemanha foi a sexta da lista.

A reserva Sararé entrou na mira dos exploradores. A presença de invasores ameaça a floresta, a saúde dos indígenas e a vida dos que denunciam. Investigações apontam a presença crescente do crime organizado nos garimpos da Amazônia, que se articulam em grandes redes profissionalizadas, capitalizadas, para extrair ilegalmente o metal precioso.

As autoridades locais de Mato Grosso preferem o silêncio e a inação. Levam como uma questão posta: o problema de garimpos ilegais em áreas indígenas é só do governo federal, e lavam as mãos. 

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