Cuiabá, 15 de Janeiro de 2025

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Polícia Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024, 10:27 - A | A

Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024, 10h:27 - A | A

EM DEPOIMENTO

Ex-secretária nega envolvimento em desvios de verbas e fala em perseguição

Caroline Campos Dobes Conturbia Neves prestou depoimento à PF nessa segunda por videoconferência

João Aguiar e Jacques Gosch
RD News

A ex-secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, prestou depoimento à Polícia Federal nessa segunda-feira (09). Ela foi um dos alvos da Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (06). A ação investiga suposto desvio de verbas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Regional de Cáceres (a 225 km de Cuiabá).

Conforme apurado pela reportagem, Caroline prestou depoimento por videoconferência, acompanhada de seu advogado. Ela negou qualquer envolvimento no suposto esquema. A ex-secretária-adjunta também disse que é alvo de perseguição e que não tinha poder de decisão nesses casos.

Caroline Campos já chegou a ser investigada no âmbito da Operação Espelho, por supostos crimes de formação de organização criminosa e peculato, no entanto, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) por entender que não houve comprovação de envolvimento dela no suposto esquema.

Na sexta-feira, ela foi alvo de mandado de busca e apreensão. Além de Caroline, a reportagem confirmou que Onair Nogueira, diretor do Hospital Regional de Cáceres, foi preso por agentes federais durante a ação.

A operação apura suposta fraude em licitação e associação criminosa que teriam resultado no desvio de recursos públicos do SUS. As investigações contaram com a atuação da CGU, que promoveu auditoria e apontou irregularidades em contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres.

Ainda na sexta, Caroline pediu exoneração do cargo de secretária-adjunta de Unidades Especializadas da SES.

Caso

Segundo as investigações, as fraudes teriam tido início durante a pandemia da Covid-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.

Antes mesmo da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu parecer alertando sobre irregularidades aos servidores públicos envolvidos, mas as contratações prosseguiram normalmente.

A soma dos recursos federais destinados às empresas do grupo empresarial envolvido nas apurações totalizou cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024, com maior concentração no período de pandemia.

De acordo com a SES/MT, o Hospital Regional de Cáceres atua como referência para 23 municípios, atendendo uma população de aproximadamente 400 mil habitantes.

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