O presidente da República (PT) disse, nessa quarta-feira (27), que o agronegócio não é “inimigo”. cOM isso, fez um aceno às lideranças do setor, considerado “carro-chefe” da economia de Mato Grosso, que em sua maioria são bolsonaristas.
Além disso, Lula revelou desejar o crescimento do setor para “irritar” os franceses. A declaração foi em referência às falas de Alexandre Bompard, diretor-executivo do Grupo Carrefour, e do deputado francês Vincent Trébuchet, sobre a qualidade da carne produzida no Mercosul.
“É importante que a gente não veja o agronegócio como inimigo […] Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros porque nós vamos fazer o acordo do Mercosul nem tanto pela questão do dinheiro. Nós vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer”, afirmou sobre o acordo do Mercosul com a União Europeia, na abertura do 14º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília (DF).
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta”, completou o petista.
As críticas de Bompard foram contra a compra de carnes dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, em momento que a indústria francesa pressiona para que o texto não seja firmado. Já Trébuchet falou que “nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”.
Após os frigoríficos brasileiros se mobilizarem para não vender mais ao Carrefour, até mesmo em solo brasileiro, o diretor do grupo se retratou, na última terça-feira (26).
O governador Mauro Mendes (União Brasil) foi o primeiro a propor boicote ao Carrefour e Atacadão por conta das declarações do CEO mundial da rede. No entanto, considera o assunto encerrado.
“Superamos essa polêmica do CEO do Carrefour, que fez um lamentável e infeliz comentário. Teve que agora retroceder, repondo a verdade e repondo, acima de tudo, o respeito ao nosso país e ao agro brasileiro, que é o maior exportador de alimentos para todo o planeta”, disse Mauro Mendes.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), também afirmou que o pedido de desculpas feito pelo presidente global do Carrefour coloca um ponto final no episódio envolvendo críticas à carne brasileira. Segundo ele, “quem quiser ofender a qualidade dos produtos brasileiros. (Com informações do Metrópoles)