O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, revelou que as investigações da Polícia Federal encontraram fotos, diálogos e até transferências de valores que ligariam o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo ao assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em 2023 em Cuiabá.
O fazendeiro foi preso na 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada na quarta-feira (28), que foi autorizada por Zanin. Outras quatro pessoas também tiveram ordem de prisão cumpridas. São elas: Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins, e Gilberto Louzada da Silva.
Conforme Zanin, as descobertas ocorreram após a PF analisar as mídias no celular de coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado como financiador da morte de Zampieri e que está preso desde o ano passado.
“A partir da análise do aparelho celular de Etevaldo Caçadini, a autoridade policial acostou registros fotográficos, diálogos, transferências de valores, chamadas realizadas na data do homicídio, logo após o fato, tudo a relacionar a pessoa de Aníbal Manoel Laurindo ao fato”, escreveu Zanin na decisão que autorizou a nova fase da Sisamnes.
Deflagrada na quarta-feira (28), esta nova etapa investiga a suposta estrutura organizacional criminosa voltada para eliminação de pessoas, mediante recompensas pecuniárias, chamado de Comando C4 (Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos).
Os indícios apontam para que o fazendeiro Aníbal teria contratado o Comando C4, que tinha como integrante militares (da ativa e da reserva) e civis.
O fazendeiro chegou a ser preso em março do ano passado, mas foi solto horas depois após ter um habeas corpus acolhido pela Justiça. Ele é suspeito de encomendar o crime por conta de uma disputa agrária no valor aproximado de R$ 6 milhões.
Veja fac-símile de decisão:
O caso
Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, quando saía de seu escritório no Bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele foi surpreendido pelo pistoleiro, Antônio Gomes, depois de entrar em seu carro.
Nas investigações, a polícia apreendeu o seu celular do advogado e as conversas apontaram para um suposto esquema de corrupção envolvendo venda de decisões judiciais e de vazamento de informações judiciais sigilosas.