Cuiabá, 24 de Março de 2025

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Judiciário Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024, 09:16 - A | A

Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024, 09h:16 - A | A

OPERAÇÃO PUBBLICARE

Vereador preso usaria "laranjas" para comprar carros e ocultar bens, diz decisão

Além de carros e cartões de créditos, o parlamentar é suspeito de fazer transações bancárias em valores altos e pequenos em diversas contas, para evitar a detecção.

Rdnews

O vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), teria comprado carros, além de receber dinheiro e realizar transações bancárias com faccionados do Comando Vermelho, por meio de funcionários “laranjas”. As informações constam na decisão que determinou a prisão do parlamentar, assinada pelo juiz João Francisco Campos de Almeida.

Segundo a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco/MT), Paulo Henrique, seria responsável por atuar em benefício do grupo criminoso, na interlocução com os agentes públicos, recebendo benefícios financeiros, em troca de alvarás e liberação de eventos em casas noturnas da Capital.

De acordo com as investigações, um Renault Sandero, utilizado frequentemente por Paulo, está no nome de José Márcio Ambrósio Vieira que, além de motorista do vereador, é tio da atual esposa do parlamentar, L. V. M.. Assim, ele teria sido nomeado como “testa de ferro” do vereador, pois José frequentemente recebia e distribuía valores substanciais a pedido do parlamentar.  José foi um dos alvos da operação e está preso.

“Além de ceder a utilização de seu cartão de crédito para despesas pessoais do vereador. As transações incluíam grandes somas de dinheiro, com transações de até R$ 100 mil em uma única movimentação, além de outras transferências menores, mais frequentes, que eram fracionadas para evitar a detecção”, diz trecho da decisão.

Outro veículo identificado como sendo de Paulo Henrique foi um Jeep Compass, que fica no apartamento do vereador, e foi comprovado pela equipe policial que o parlamentar o dirige, porém o mesmo está no nome da irmã de José Márcio, Maria Edinalva Ambrósio Vieira - alvo da ação e que está em prisão domiciliar. Além disso, foi constatado que o vereador também utilizaria um cartão de crédito em nome de Maria, “uma conduta potencialmente configurada de lavagem de dinheiro”.

“A discrepância entre a renda informada e a ausência de propriedade é um indicativo potencial de ocultação de bens, frequentemente associado a práticas ilícitas”, destacou o inquérito policial. 

Foi apontado também que o parlamentar utilizou de funcionários “fantasmas”, na Câmara de Cuiabá, visto que foram encontradas várias fotos, na galeria do celular de Paulo Henrique, de cartões de crédito e débito em nome de diversas pessoas.

“A hipótese investigada adotada pela FICCO/MT, para a utilização dos dados de terceiros para o recebimento de vantagens indevidas, ou ainda para a realização de despesas pessoais de forma não identificável, o que também caracteriza como lavagem de dinheiro”, diz trecho da decisão.

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