A Justiça prorrogou a prisão temporária dos empresários César Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos, acusados de serem mandantes do homicídio do advogado Renato Nery.
A decisão é da juíza Edna Coutinho, que atua no Nipo (Núcleo de Inquéritos Policiais).
A magistrada julgou imprescindível a manutenção das prisões para as investigações e para que não haja “qualquer interferência na colheita de provas, coação de testemunhas, alteração dos elementos probatórios ou ajuste das versões dos fatos a serem eventualmente apresentadas”.
O casal é de Primavera do Leste e foi preso pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa no dia 9 de maio, após a confissão do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que os apontou como mandantes do crime.
A prisão temporária tem duração de 30 dias e, quando prorrogada, pode durar até mais 60 dias em casos de crimes hediondos.
Sechi ficou em silêncio durante seu depoimento e a postura chamou a atenção da Polícia. O delegado Caio Albuquerque, titular da DHPP, o descreveu como “frio” e “irônico”, no momento da prisão.
Sem falar com a imprensa, o empresário entrou nas dependências da DHPP para prestar seu depoimento e negou ter envolvimento no crime. “Bastante frio, de certa forma, um pouco até, como se pode se dizer, irônico. Ele alega que é um completo equívoco”, explicou o delegado.
Inicialmente Julinere Goulart Bentos teria decidido colaborar com as investigações, mas depois voltou atrás, ficando em silêncio durante seu depoimento.
Heron foi acusado de ser o "arquiteto" do crime e está preso desde o dia 7 de março. Ele afirmou que foram pagos R$ 150 mil pelo homicídio.
O caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva confessou ter sido o autor dos disparos.
Alex se mostrou arrependido do crime e confirmou todas informações reveladas, também em confissão, pelo policial militar, que admitiu tê-lo contratado para executar o crime.
Indiciamentos
Além do casal, até o momento a DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que confessou o crime, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, acusado de ser autor dos disparos.
Já tinham sido presos em 17 de abril o suposto intermediador do homicídio, o PM Jackson Pereira Barbosa, em Primavera do Leste, e o PM da inteligência da Rotam, Ícaro Nathan Santos Ferreira, que é suspeito de ter dado a arma do crime.
O homicídio
Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por um disparo na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.
Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.