Cuiabá, 24 de Março de 2025

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Judiciário Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 08:31 - A | A

Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 08h:31 - A | A

POLÊMICA NO JUDICIÁRIO

Desembargadores defendem reeleição no TJMT: "Lei da Ditadura"

Eles criticaram a lei que proíbe a recondução ao cargo e citaram possibilidade a outros Poderes

Midianews

Desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso defenderam mudanças na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) para permitir a reeleição nos cargos de presidente, vice-presidente e corregedor-geral do Poder Judiciário.

A cobrança ocorreu durante a sessão administrativa realizada na última quinta-feira (10), em que elegeu a nova diretora do TJ-MT para o biênio 2025/2026. 

Por maioria, a Corte indeferiu a candidatura de Rui Ramos para corregedor-geral por ter exercido o cargo de presidente no biênio 2017/2018. 

Durante a votação, o desembargador Orlando Perri criticou duramente a Loman, afirmando que não é admissível que os magistrados sigam uma norma elaborada durante a Ditadura Militar, e que, ao longo do tempo, não se adequou à realidade atual do Judiciário.

Perri citou que recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que é possível a reeleição nas Assembleias Legislativas, no Congresso Nacional e no Senado, proibindo apenas que essa reeleição se dê na mesma legislatura. 

E também citou que o STF permitiu a reeleição nos Tribunais de Contas dos Estados. 

"Se já existe a possibilidade de reeleição no Executivo, nos Legislativos, nos Tribunais de Contas, no Ministério Público há séculos já existe a possibilidade de reeleição. E o Judiciário? Onde está a simetria entre os Poderes?", afirmou Perri. 

O desembargador e ex-presidente do TJ-MT, Carlos Alberto Alves da Rocha, que chegou a levantar essa discussão em 2020, quando queria ser reconduzido ao cargo, criticou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o STF sugerindo que os membros das Cortes só fazem mudanças quando os convém.  

"A Loman só é interpretada ao pé da letra quando interessa, quando não interessa ela não é aplicada, assim também age muitas vezes o CNJ e o STF".  

Os desembargadores Márcio Vidal, Guiomar Teodoro, Maria Helena Póvoas, e também cobraram uma reformulação na Loman.  

Nova diretoria 

O desembargador José Zuquim Nogueira foi eleito presidente. 

A desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho foi eleita vice-presidente e o desembargador José Luiz Leite Lindote foi eleito corregedor-geral da Justiça. 

A cerimônia de posse da nova diretoria eleita será realizada no dia 19 de dezembro e a entrada em exercício nos respectivos cargos de direção se dará em 1º de janeiro de 2025.

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