Cuiabá, 01 de Maio de 2025

icon facebook icon instagram icon twitter icon whatsapp

Judiciário Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 09:16 - A | A

Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 09h:16 - A | A

ESCÂNDALO NA GASTRONOMIA

Chef alegou lucro zero em 2023 e investidor declara: "Estranho"

Mack é acusado de estelionato; investidor diz que faturamento estimado mensal é de R$ 1,1 milhão

Midianews

O chef de cozinha Fernando Mack teria apresentado uma planilha aos investidores do restaurante Brasido, um ano após a sua inauguração, alegando que o negócio não teve lucro em 2023, apesar do faturamento médio mensal estimado de R$ 1,1 milhão, segundo inquérito da Polícia Civil.

A informação consta nas representações criminais feitas pelo professor Flávio Henrique dos Santos Foguel e pelo advogado Pedro Paulo Peixoto da Silva Junior contra Mack, que é acusado de estelionato por um grupo que diz ter investido R$ 2,8 milhões no restaurante, inaugurado em dezembro de 2022. 

Foguel afirma ter investido R$ 276,6 mil e um imóvel no restaurante. Pedro Paulo relata um aporte de R$ 250 mil. 

A planilha mencionada foi apresentada em uma reunião realizada em dezembro de 2023, após pelo menos cinco adiamentos por parte de Mack, segundo Foguel.

“Participaram eu, Pedro Paulo, Marcelo Cintra, Fernando Mack, Marco Mack e Ana Carolina Mack [irmão e esposa de Fernando]. Para nossa surpresa, apareceram sem o contador e apenas com uma planilha de Excel, com números que buscavam demonstrar que o ano de 2023 não daria lucro. Muito estranho e improvável para um restaurante com faturamento médio mensal de mais de R$ 1,1 milhão”, afirmou o professor. 

Segundo os investidores, Mack fez projeção de lucro mensal de 20% e disse que o restaurante poderia faturar entre R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão por mês. 

"Números inconsistentes"

Pedro Paulo também relatou que os números apresentados eram “inconsistentes” e que Mack culpou a contabilidade pela ausência de documentos comprobatórios.

“Passou-se a cobrar a prestação de contas e apuração dos haveres, todas infrutíferas, pois, na única oportunidade em que se ensaiou tal conduta, o Sr. Fernando compareceu em reunião com seu irmão Marcos para apresentação de planilha que demonstrava números inconsistentes, sem a entrega de documentos contábeis que comprovassem as despesas e receitas. Justificou a inconsistência alegando que a contabilidade não apresentou os documentos por ele exigidos, contudo, sem qualquer comprovação real da alegação”, disse o advogado na repreentação. 

Outros investidores que também alegam terem sido lesados são o advogado Gabryel Stayt Albaneze e sua esposa, a empresária Sinaira Marcondes Moura de Oliveira Albaneze (R$ 847,7 mil); o advogado Marcelo Ambrósio Cintra (R$ 250 mil); a empresária Darci de Souza Iponema Brasil (R$ 500 mil); e o empresário Carlos Diógenes Ghiorzi (R$ 750 mil).  

Eles acusam o chef de se recusar a formalizar a sociedade, prestar contas da movimentação financeira e distribuir os lucros. 

"Confusão patrimonial" 

Em depoimento prestado à Polícia Civil, o advogado Gabryel Stayt Albaneze afirmou que sua esposa, Sinaira, durante o período em que trabalhou no restaurante, percebeu que diversos pagamentos eram feitos por meio da conta pessoal do chef.

“Ou seja, havia uma confusão patrimonial, onde Fernando Mack misturava os valores da empresa com a sua conta pessoal”, declarou. 

Gabryel também relatou que, ao longo do tempo, a esposa do chef passou a “ostentar um padrão de vida que não tinham no começo, como bolsas e roupas de luxo, fazendo inclusive viagens internacionais e outros”. 

O caso segue em apuração pelo delegado Bruno Mendo Palmiro, titular da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá.

Comente esta notícia

Rua Mirassol (LOT CONSIL), nº 14, QD 14, LT 14.

Cuiabá/MT

(65) 99962-8586

[email protected]