Cuiabá, 20 de Março de 2025

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Judiciário Segunda-feira, 22 de Julho de 2024, 17:29 - A | A

Segunda-feira, 22 de Julho de 2024, 17h:29 - A | A

ASSASSINATO DE ZAMPIERI

Amigo diz ter desconfiado de assassino e alertado advogado

O empresário José Marcos Marino prestou depoimento nesta segunda-feira na ação penal sobre o crime

Midianews

O empresário José Marcos Marino disse ter desconfiado do assassino do advogado Roberto Zampieri quando o conheceu, no ano passado. Amigo e sócio do advogado em um haras, Marino foi ouvido como testemunha do caso na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, nesta segunda-feira (22).

Antônio Gomes da Silva, que confessou ter matado Zampieri e é reu no processo, aproximou-se da vítima fingindo ter interesse em comprar terras. 

Segundo o empresário, Zampieri pediu que ele acompanhasse Antônio até a fazenda que teria interessado o assassino. "Ele usava uma boina, uma bengala. Eu tentava falar um pouco com ele, ele disse que era padre”, relembrou. 

“Eu senti que ele não estava interessado na fazenda. Não pediu fotos, nada. Permanecemos até 11h da manhã. E aí eu voltei com ele, achei meio esquisito porque era para deixá-lo no hotel e ele disse que era para ir à rodoviária”, completou.

Marino conta ter alertado o amigo sobre o assassino, mas Antônio já teria “conquistado” o advogado com a história de ser padre. 

“Eu estive com o Roberto e falei: ‘Esse rapaz nada a ver, não tem nada a ver com fazenda’. O Roberto disse para eu ter fé. Era uma pessoa muito bacana, não podia falar que alguém era padre, não sei por quê. O cara soube pegar no ponto fraco”. 

Marino relembra que, no dia em que mostrou a fazenda para Antônio, ele perguntou umas três vezes sobre a ausência de Zampieri. Possivelmente, o advogado seria morto naquele dia. 

No dia do crime, Marino esteve com Zampieri e chegou a ouvir os disparos e ver Antônio correndo. “Eu vi o atirador. Mas ele deu mais impressão de que era entregador de pizza”, disse. 

Zampieri e Marino chegaram ao escritório por volta das 16h30 e saíram cerca de 19h20. “Quando liguei o carro, andei cerca de 4 metros e ouvi os tiros. Eu pulei do carro e fui na garagem do Roberto, pensei que poderiam ter emboscado ele lá”. 

Foi nesse momento que Marino viu Antônio correndo. “Depois, uma senhora de um apartamento lá de cima me falou que eram tiros no carro, fui ver e encontrei o Roberto já morto”. 

Reconhecido por secretária 

A secretária do escritório de advocacia, Mariana Costa, ouvida também nesta segunda, disse ter recepcionado o pedreiro três vezes no escritório e chegou a pedir uma corrida de aplicativo para ele. 

O Ministério Público Estadual mostrou a ela a foto de quatro pessoas e ela reconheceu Antônio como sendo a que atendeu. "Papelão que ele passou", disse ao confirmar a foto do suposto executor. 

Segundo a secretária, Zampieri era uma excelente pessoa. "Até o atirador ele tratou super bem, ele era assim". 

Réus no caso 

O coronel Etevaldo Caçadini de Vargas e Hedilerson Fialho Martins Barbosa também são réus pelo crime. Os três acompanham os depoimentos. 

A sessão é conduzida pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal. 

Acusado de ser mandante 

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa concluiu o inquérito policial que investigou a morte do advogado no início de julho e indiciou o empresário Aníbal Manoel Laurindo como mandante do crime. 

A esposa de Aníbal, apontada inicialmente como cúmplice no crime, se livrou da acusação. 

Para a Polícia, não restam dúvidas de que Aníbal encomendou o crime por uma disputa de terras avaliadas em R$ 100 milhões no município de Paranatinga. 

Ao contrário dos outros três acusados, ela ainda não foi denunciado pelo Ministério Público Estadual.  

O caso 

Roberto Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro do ano passado, quando deixava seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. 

Ele havia acabado de entrar em seu carro, um Fiat Toro branco, quando o assassino se aproximou e atirou dez vezes contra ele. 

Em fevereiro deste ano, o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acolheu o pedido do Ministério Público Estadual e tornou Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas réus pelo crime.  

Além disso, o magistrado converteu a prisão temporária do trio em preventiva.

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