O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta terça-feira (2) que o julgamento da suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é, em sua visão, uma encenação com resultado previamente definido. Para o gestor, o processo já nasceu com a condenação estabelecida.
“Um julgamento parte da presunção de que o réu é inocente até que se prove o contrário, no caso ali é diferente, é um teatro, onde não há a menor possibilidade do réu, em qualquer momento justificável, reverter uma decisão previamente já tomada. O Bolsonaro está condenado antes mesmo de participar da eleição de 2022, antes mesmo, ainda no mandato, ele já era condenado por qualquer coisa”, disse Abilio.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (1º) o julgamento que pode condenar Bolsonaro e outros sete aliados por suposta tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, quando Lula (PT) foi eleito presidente. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta o grupo como parte central da articulação.
Segundo Brunini, o processo teria como objetivo barrar a volta de Bolsonaro ao poder. “Eles precisam retirar o Bolsonaro da disputa eleitoral, até porque se o Bolsonaro participar o Lula não mantém e o que a gente vê são os ministros estão defendendo a sua própria sobrevivência (...). Nós estamos num momento muito crítico da história do nosso país”, declarou.
Crise internacional e “Lei Magnitsky”
Considerado “bolsonarista raiz”, o prefeito chegou a mencionar que a crise política pode ter reflexos internacionais. Ele afirmou que há a possibilidade de o ex-presidente norte-americano Donald Trump aplicar a lei Magnitsky contra ministros do STF, além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), “por omissão diante desse rompimento do Estado Democrático de Direito”.
Abilio sugeriu ainda que, diante de tal cenário, poderia haver um movimento para antecipar a unificação das eleições para 2028, como forma de preservar a atual composição do Senado. “Eu tenho ouvido bastante nos corredores de Brasília, que se aplicar a Magnitsky (...) eles unificariam as eleições para 2028, postergando dois anos o mandato dos senadores (...) para que depois de Trump sair do governo, ter a eleição no nosso país”, afirmou, sem apresentar fontes oficiais que confirmem a hipótese.
Julgamento no STF
O julgamento segue até o próximo dia 12 de setembro. O relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentou o relatório da ação penal, que resume as investigações e as alegações finais. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos acusados. Na sequência, os advogados dos réus iniciaram suas sustentações orais.
A votação dos ministros deve começar nas próximas sessões, e as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
(Com informações da Agência Brasil)
Réus no processo
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Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
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Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin
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Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
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Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
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Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
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Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
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