Mato Grosso segue firme como o maior produtor de grãos do Brasil, respondendo por 31,5% da safra nacional, conforme dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (10). O estado registrou o maior avanço absoluto do país nas estimativas de produção de maio, com um acréscimo de 3,6 milhões de toneladas em relação ao mês anterior.
A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 332,6 milhões de toneladas em 2025 — um crescimento de 13,6% em comparação com 2024. Nesse cenário, o desempenho mato-grossense é considerado decisivo para impulsionar o agronegócio nacional.
A produção de algodão em caroço em Mato Grosso está estimada em 6,6 milhões de toneladas, o que representa 71,2% da colheita brasileira. O volume registrado no levantamento representa um crescimento de 2,1% frente a abril e de 4,1% em relação ao ano anterior.
Apesar de um início de safra marcado por chuvas irregulares, o uso de tecnologias agrícolas mais avançadas permitiu a recuperação do cronograma de plantio, especialmente na cultura da soja. Isso assegurou o cumprimento da janela ideal para a segunda safra do algodão. Os volumes de chuva registrados nos primeiros meses de 2025 também contribuíram para elevar o potencial produtivo das lavouras.
A secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Linacis Silva Vogel Lisboa, reforçou a importância do setor para a economia estadual. “(Hoje mais de 50% do PIB de Mato Grosso decorre da atividade do agronegócio. Quando eu falo agronegócio, não é somente agricultura e pecuária. É todo o conjunto de atividades que compõem a cadeia produtiva, juntamente com serviços agregados. Então, ele é hoje um dos pilares do crescimento de Mato Grosso, colocando o Estado em evidência em termos de desenvolvimento econômico)”, destacou.
Outro dado relevante é o desempenho da cultura do milho. Na primeira safra, a estimativa de produção subiu 12,7% em relação ao mês anterior. Para a segunda safra — a mais importante para o estado — a projeção é de 49 milhões de toneladas, com alta de 4% frente ao levantamento anterior e de 3,1% em comparação com 2024. Mato Grosso responde por 46,7% da produção nacional de milho na segunda safra.
O prolongamento do período chuvoso tem sido benéfico para as lavouras, inclusive em regiões onde o plantio começou com atraso.
A soja também teve desempenho positivo. A produção estimada cresceu 3% em relação ao mês anterior, o que representa um acréscimo de 1,5 milhão de toneladas. A contribuição de Mato Grosso é fundamental para o recorde nacional previsto para 2025: 165,2 milhões de toneladas de soja colhidas, um crescimento de 13,9% sobre o volume de 2024.
Já na cultura do arroz, mesmo com o Centro-Oeste respondendo por apenas 6,7% da produção nacional, Mato Grosso se destacou com o maior crescimento proporcional entre as regiões, com alta de 44,6% na estimativa. Nacionalmente, a produção de arroz deve crescer 15,9% em relação ao ano passado.
Linacis também frisou que os resultados positivos do setor agrícola têm reflexos significativos no orçamento estadual. “(Mato Grosso consegue fazer investimentos em ordem de 20% da receita líquida do Estado. É extraordinário. Além disso, a agroindustrialização do nosso estado também está em crescimento. Hoje, da soja produzida no nosso estado, 30% já é industrializada aqui. Do milho produzido em nosso estado, 30% já é industrializado em Mato Grosso)”, completou.